sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Pela preservação dos cavalos-marinhos




Por que esses animais correm risco de sumir do planeta e o que você pode fazer para evitar que isso aconteça

Por: Fernanda Turino, Instituto Ciência Hoje/RJ

Publicado em 06/09/2011 | Atualizado em 06/09/2011


No Brasil, os cavalos-marinhos ocorrem principalmente ao longo da costa. Geralmente encontrados solitários ou em pares, eles preferem lugares com águas calmas. (Foto: Acervo Lapec/UFPB)

Apesar de não parecerem, eles são peixes. Bonitos, têm a cabeça alongada, nadam com graciosidade e são mestres na camuflagem. Pena que os cavalos-marinhos estejam ameaçados de extinção!

Isso acontece por causa da destruição do seu habitat e da pesca predatória – eles são capturados para serem vendidos secos como peças de decoração ou ainda vivos para ficarem em aquários. Além disso, alguns de seus hábitos também contribuem para que eles sejam mais afetados por essas ameaças.

Por exemplo, sua reprodução é muito especial. Eles são pais super dedicados – leia mais sobre isso na matéria “Paizões da natureza” – e, ao longo da vida, um casal de cavalos-marinhos tem poucos filhotes, o que diminui as chances de algum sobreviver. Apesar de toda proteção, os filhotinhos são presas fáceis para caranguejos e peixes e muitos não chegam à idade adulta.

Outra característica desses animais que os torna ainda mais vulneráveis é o seu nado. Apesar de belo, esse estilo de nadar é, na verdade, um problema para eles, pois sua capacidade de se deslocar é limitada. Assim, os cavalos-marinhos encontram dificuldades na hora de procurar uma nova casa, caso a sua esteja ameaçada.

Por isso, se a gente quiser que esses cavalos continuem a passear pelas águas, é fundamental preservar seu habitat. “É importante cuidar e proteger os ambientes onde vivem os cavalos-marinhos, como, por exemplo, os manguezais e recifes”, explica a pesquisadora Ierecê Rosa, da Universidade Federal da Paraíba.

Outra iniciativa importante é estudar bem esses animais, para conhecê-los melhor e descobrir como ajudá-los. Por fim, você também pode ajudar não comprando cavalos-marinhos secos e pensando muito bem antes de adquirir cavalos-marinhos como peixes ornamentais – eles são exigentes com a comida e com a moradia.



Para saber mais, visite a página do Laboratório de Peixes, Ecologia e Conservação da Universidade Federal da Paraíba (http://www.dse.ufpb.br/lapec/default.htm), que estuda cavalos-marinhos desde 2000. Você pode entrar em contato com os pesquisadores pelo endereço contato.lapec@gmail.com.

Cara de tubarão, jeito de baleia Conheça o tubarão-baleia, um peixe curioso que nada pelos oceanos


Por: Gabriela Reznik, Instituto Ciência Hoje/RJ

Publicado em 20/09/2011 | Atualizado em 21/09/2011


O Projeto Tubarão Baleia estuda os animais que passam pelo Arquipélago de São Pedro e São Paulo, no meio do oceano Atlântico (Foto: Bruno Macena/Projeto Tubarão Baleia)

Tem pintas, mas não é peixe de aquário. É enorme e vive no mar, mas não é baleia. Não tem nada de violento e ameaçador, mas é um tubarão. Já acertou que bicho é esse? O maior peixe vivo do mundo, o tubarão-baleia, tem até 18 metros de comprimento, é dócil e nada lentamente pelos oceanos com a boca entreaberta, se alimentando principalmente de plâncton.

Esse peixão não fica parado e cruza até mesmo oceanos. Um dos lugares por onde costuma passar está no limite do território brasileiro: o Arquipélago de São Pedro e São Paulo, no meio do oceano Atlântico. Lá, alguns pesquisadores se encantaram por ele e criaram, em 2004, o Projeto Tubarão Baleia, financiado pela Fundação Boticário, para conhecê-lo melhor e entender sua preferência por esse conjunto de ilhas.

“Estamos tentando desvendar o mistério de por que o tubarão gosta tanto de lá”, conta o biólogo Bruno Macena, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, um dos coordenadores do projeto. Cheio de nutrientes, o lugar parece ideal para ele se alimentar.

Até agora já foram vistos 136 tubarões-baleia no entorno do arquipélago, quinze deles foram identificados e cinco estão sendo acompanhados de pertinho. Os pesquisadores colocaram transmissores na pele dos animais, e ficam sabendo via satélite em que local, profundidade e temperatura eles estiveram.

As notícias mais recentes dos tubarões são que três deles, após passar pelo arquipélago, nadaram em direção ao continente americano e um rumo à África. Além disso, perto das ilhas, o segundo animal marcado – uma fêmea grávida – registrou o maior mergulho já registrado para essa espécie: quase dois quilômetros de profundidade a uma temperatura de 4°C.

Outro detalhe bacana sobre essa espécie é que ela pode ajudar vários outros animais, como o peixe-rei, o xaréu e a raia manta. “Quando o tubarão-baleia aparece, enorme, oferece proteção para muitos peixes que fogem de predadores”, diz Bruno.

Apesar de tudo isso, os mergulhos incríveis dos tubarões-baleia estão ameaçados por causa da pesca predatória que ocorre no Oceano Índico, onde eles também passeiam. Assim, projetos de conservação desta espécie são cada vez mais importantes!

Fezes de ursos panda podem ajudar a inventar combustíveis


Bactérias capazes de digerir o alimento preferido do urso panda foram encontradas em suas fezes (Foto: Andrew Lawson/Flickr)

Não, você não leu errado. Estamos falando de cocô mesmo. Nas fezes do urso panda, vivem bactérias que acabaram de virar alvo de pesquisa.

Cientistas da Universidade de Mississipi, nos Estados Unidos, observaram que o cocô do urso era capaz de quebrar fibras de bambu – o principal alimento da espécie – devido à presença de microrganismos similares àqueles encontrados no intestino de cupins (que ajudam a digerir a madeira).

Depois de passarem 14 meses coletando fezes de um casal de pandas do zoológico de Memphis, os pesquisadores descobriram que nelas existiam mais de 12 tipos de bactérias com poder de digestão da celulose. Agora, acreditam que esses microrganismos podem ser usados como combustível: eles gerariam energia quebrando outros compostos além do bambu. Já pensou?